Ciclos irregulares de financiamento no Brasil são uma barreira à conservação da biodiversidade e à liderança global do país

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Abstract

O financiamento estável para a pesquisa científica é fundamental para a conservação da biodiversidade e a formulação de políticas baseadas em evidências. No Brasil, ciclos inconsistentes de financiamento para bolsas contribuem para a fuga de cérebros de Pesquisadores em Início de Carreira (ECRs, do inglês “Early Career Researchers”), que poderiam impulsionar avanços significativos na pesquisa em biodiversidade, paralisando a inovação e enfraquecendo a capacidade de enfrentar a crise ambiental global. Aqui, destacamos impactos negligenciados de um sistema de financiamento imprevisível sobre os ECRs e discutimos suas implicações mais amplas para pesquisa e conservação. Estes incluem o aumento das desigualdades e dos problemas de saúde mental no meio acadêmico, interrupções em estudos de longo prazo e lacunas na coleta contínua de dados, o que, em última análise, prejudica a geração de evidências necessárias para enfrentar questões urgentes, como mudanças ambientais e climáticas. Dado o papel crítico do Brasil na conservação da biodiversidade global, o fortalecimento dos mecanismos de financiamento à pesquisa é essencial para aprimorar a produção de conhecimento e a liderança do país em inovação. Oferecemos recomendações para agilizar os processos de avaliação de bolsas para ECRs, reduzindo as lacunas entre as posições, que contribuem para a insegurança financeira e dificultam a retenção de cientistas de diversas origens socioeconômicas. Ao lançar luz sobre essas questões estruturais, buscamos promover um ambiente acadêmico mais inclusivo e equitativo, reforçando, em última análise, a capacidade científica e a liderança do Brasil no enfrentamento da crise ambiental. Além disso, as questões sistêmicas aqui discutidas são comuns em toda a América Latina. Assim, nossas recomendações podem ajudar a fortalecer a capacidade científica regional para enfrentar desafios compartilhados, incluindo a conservação de ecossistemas críticos, como a Amazônia.

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