Profissionalização parlamentar e financiamento de campanha: uma análise da Câmara dos Deputados (2006- 2018)
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As mudanças recentes no sistema de financiamento eleitoral brasileiro, especialmente a proibição das doações empresariais em 2015 e a criação do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) em 2017, modificaram a dinâmica de alocação de recursos nas eleições. Embora os partidos tenham assumido papel central na distribuição, persistem desigualdades no acesso às receitas de campanha. Este artigo investiga a relação entre profissionalização parlamentar e arrecadação eleitoral no Brasil, considerando os deputados federais eleitos entre 2006 e 2018 que buscaram a reeleição. Para tanto, propomos o Índice de Profissionalização do Parlamentar (IPP), que contempla duas dimensões: i) especialização legislativa, observada por meio da participação em espaços de poder dentro da Câmara; e ii) carreira parlamentar, medida pelo tempo de atuação, acúmulo de mandatos em diferentes níveis e escolhas de carreira subsequentes. Utilizando dados do Portal da Câmara dos Deputados e do TSE, aplicamos modelos de regressão para verificar se parlamentares mais profissionais apresentam maior capacidade de arrecadação. Os resultados indicam que a profissionalização esteve associada positivamente à receita eleitoral em ciclos anteriores, mas seu impacto diminuiu de forma significativa após 2018, quando o financiamento público passou a ser predominante. Esses achados sugerem que a expertise política deixou de ser central na lógica de distribuição de recursos partidários, apontando para uma redefinição das estratégias eleitorais no novo contexto de financiamento.