EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE DOCENTES COM DEFICIÊNCIA VISUAL: TENSIONANDO A ACESSIBILIDADE

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Abstract

Em uma sociedade que se constitui por olhares padronizados e pela lógica da normalidade, os docentes com deficiência visual se distanciam dos padrões de corpo, comportamento, jeitos de ser e fazer a docência, o que causa estranhamentos. Este artigo resulta de uma pesquisa que objetivou compreender como docentes com deficiência visual (cegos/as ou com baixa visão) enfrentam os desafios de exercer a profissão, respondendo ao seguinte problema de pesquisa: de que forma professores/as com deficiência visual narram a acessibilidade para o exercício da profissão? Para isso, realizaram-se entrevistas narrativas com sete docentes com deficiência visual, atuantes na Educação Básica nos três estados da Região Sul do Brasil. As narrativas foram organizadas em agrupamentos temáticos e examinadas a partir da perspectiva da análise do discurso, amparada pelos referenciais foucaultianos. O estudo aponta que, quanto maiores forem as barreiras sociais impostas, menores serão as possibilidades de inclusão de docentes com deficiência visual no exercício profissional. Revela também, que a inclusão e acessibilidade tem sido pensadas mais para os estudantes com deficiência e menos para os professores, cuja inserção profissional é recente e ainda causa estranhamento nos espaços escolares.

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  1. This Zenodo record is a permanently preserved version of a PREreview. You can view the complete PREreview at https://prereview.org/reviews/17454656.

    1. Título

    O título é claro, conciso e reflete o conteúdo do artigo. Está coerente com a proposta de investigação, evidenciando o foco na acessibilidade e no exercício docente de pessoas com deficiência visual. O uso do termo "tensionando" comunica o caráter crítico e interpretativo da análise.

    2. Resumo

    O resumo contempla os elementos essenciais do planejamento da pesquisa — objetivo, metodologia adotada, resultados e um breve relato das conclusões — de forma clara e sintética. Apresenta corretamente o tipo de pesquisa (qualitativa, com entrevistas narrativas) e destaca as principais conclusões sobre as barreiras e desafios enfrentados pelos docentes com deficiência visual. Poderia apenas explicitar com mais clareza o tipo de análise.

    3. Palavras-chave

    As palavras-chave escolhidas — docentes com deficiência visual, acessibilidade, normalização — estão alinhadas ao título e ao conteúdo do artigo. Contudo, o termo 'educação especial' tende a remeter mais ao público discente do que à atuação docente, que é o foco central do estudo. Sugere-se considerar termos mais específicos, como 'inclusão docente' ou 'formação de professores com deficiência', para aprimorar a precisão temática e a indexação.

    4. Introdução

    A introdução cumpre adequadamente seu papel de situar o leitor no campo temático da pesquisa, apresentando informações sobre a inclusão e a acessibilidade docente considerando a Lei Brasileira de Inclusão e os referenciais teóricos acerca da normalização e das práticas de inclusão. O problema de pesquisa é claramente formulado e os objetivos são explicitados de maneira coerente e bem alinhada ao foco do estudo. A revisão da literatura é pertinente para sustentar a fundamentação teórica proposta.

    5. Procedimentos Experimentais / Método

    A metodologia é claramente descrita e apresenta boa coerência com a questão-problema da pesquisa. Trata-se de um estudo qualitativo, fundamentado em entrevistas narrativas, posteriormente analisadas pela análise do discurso de inspiração foucauliana. O processo de amostragem do tipo "bola de neve" é devidamente explicado, incluindo a identificação de sete docentes participantes — cegos ou com baixa visão — atuantes em três estados da região Sul do Brasil.

    Os critérios de inclusão e o perfil dos sujeitos estão organizados em quadro descritivo, o que contribui para a transparência metodológica e favorece a compreensão do universo empírico. Há menção expressa à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa e à preservação da identidade dos participantes, demonstrando conformidade com os princípios éticos exigidos em estudos dessa natureza.

    Entretanto, o estudo poderia ser aprimorado com uma descrição mais detalhada das etapas do processo analítico, explicitando como as narrativas foram tratadas, codificadas e agrupadas em eixos temáticos. Também seria relevante apresentar uma justificativa para o número de entrevistas realizadas e discutir as limitações metodológicas inerentes à amostra reduzida e à abrangência regional. Esses ajustes não comprometem a qualidade geral do trabalho, mas fortaleceriam sua consistência científica e transparência metodológica.

    6. Resultados

    Os resultados são apresentados de maneira clara, coerente com a metodologia e com os objetivos do estudo. As narrativas foram agrupadas em eixos temáticos pertinentes, como:

    • acessibilidade no trajeto casa-trabalho;

    • barreiras arquitetônicas e urbanísticas;

    • barreiras atitudinais e institucionais;

    • sentimentos e vivências de in/exclusão.

    As falas dos participantes ilustram bem as análises, permitindo compreender a complexidade das experiências relatadas. Embora as transcrições sejam relevantes e tragam riqueza empírica, algumas passagens — principalmente nos eixos sobre barreiras arquitetônicas e trajetos casa-trabalho — reproduzem falas muito extensas, seguidas de uma análise breve. Reduzir esses trechos, mantendo apenas as falas mais representativas, tornaria o texto mais fluido e a leitura mais dinâmica.

    7. Discussão

    A discussão relaciona bem os resultados com a parte teórica apresentada no artigo, especialmente ao tratar das ideias de poder, de como a sociedade define o que é considerado normal e das dificuldades que ainda existem nos processos de inclusão. Ou seja, as autoras fazem uma análise crítica sobre como as políticas de inclusão, embora bem-intencionadas, ainda reproduzem desigualdades e barreiras simbólicas. A argumentação é coerente e bem fundamentada, embora não haja menção explícita às limitações do estudo — um aspecto importante a ser incluído em pesquisas qualitativas.

    8. Conclusões ou Considerações Finais

    As considerações finais sintetizam com clareza os principais achados e respondem diretamente ao objetivo proposto. Destacam que a inclusão de docentes com deficiência visual é um processo em construção e que a acessibilidade precisa ser compreendida como direito fundamental e contínuo. A conclusão reforça a relevância social e acadêmica do estudo, contribuindo para reflexões sobre políticas públicas e práticas escolares inclusivas.

    9. Referências

    As referências são pertinentes, abrangem autores clássicos e legislação atual. Predomina uma bibliografia sólida e reconhecida na área de Educação Inclusiva e Estudos Foucaultianos. Contudo, observa-se pequena ausência de fontes mais recentes (pós-2020), que poderiam enriquecer o diálogo.

    Conflitos de interesse

    O autor declara que não possui conflitos de interesse.

    Uso de Inteligência Artificial (IA)

    O autor declara que usou IA generativa para desenvolver novas ideias para sua avaliação.