PEDAGOGIA EM “MESTRE TAMODA”: ENTRE EDUCAÇÃO E SUBJETIVAÇÃO NA OBRA DE UANHENGA XITU
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o presente artigo analisa a obra Mestre Tamoda, de Uanhenga Xitu, explorando a figura caricatural do “mestre” como metáfora das tensões culturais, sociais e políticas do período colonial angolano. A partir da apropriação da língua portuguesa e do conhecimento superficial das leis coloniais, Tamoda se investe de autoridade e prestígio, reproduzindo hierarquias que reforçam a distinção entre assimilados e iletrados. A partir de uma proposta de análise documental, a obra evidencia como a literatura angolana denuncia a perpetuação de práticas de poder, exclusão e desigualdade herdadas do colonialismo, mas também como oferece um espaço crítico para repensar a função do professor e o papel da educação. Ao refletir sobre a precarização da docência, a valorização simbólica das aparências e a centralidade da língua na legitimação social, o texto dialoga com os desafios contemporâneos da educação em Angola. Assim, Mestre Tamoda revela-se não apenas uma crítica satírica, mas também um convite a construir uma educação democrática e promotora de cidadania.