INTERNACIONALIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO E A CONSTRUÇÃO LINGUÍSTICA DO <u>COMUM EDUCATIVO</u>
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A internacionalização da educação superior no Brasil tem sido apresentada como promessa de abertura e democratização do conhecimento, mas suas práticas revelam-se atravessadas por hierarquias históricas e linguísticas. O ensaio teórico tem como objetivo analisar criticamente esse processo a partir de uma perspectiva glotopolítica, evidenciando como rankings universitários, políticas de mobilidade e a hegemonia do inglês reforçam assimetrias estruturais entre Norte e Sul. A pesquisa adota abordagem qualitativa, fundamentada em revisão bibliográfica. Os resultados indicam que a internacionalização brasileira permanece predominantemente reativa, orientada por editais e métricas externas, sem consolidar estratégias autônomas de longo prazo. Essa dinâmica reproduz a colonialidade do saber (Quijano, 2020), deslocando epistemologias locais para zonas de invisibilidade e naturalizando a centralidade do Norte como elite científica (Santos; Meneses, 2013; Santos, 2019). Além disso, o predomínio do English Medium Instruction compromete tanto a pluralidade linguística quanto a qualidade pedagógica, configurando mecanismos de exclusão e epistemicídio. Em contrapartida, alternativas como a internacionalização solidária, defendida por conferências regionais da UNESCO e por redes Sul-Sul, apontam para a possibilidade de um horizonte de justiça epistemológica e de valorização da diversidade epistêmica. Conclui-se que a internacionalização só terá sentido emancipatório se reconhecida como prática política voltada à construção de um comum educativo plural e dialógico.