PEDAGOGIAS DO BRINCAR: AS BRINCADEIRAS DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL ENTRE NORMAS CULTURAIS E POSSIBILIDADES DE TRANSGRESSÃO

Este artigo investigou as concepções infantis sobre gênero a partir das práticas do brincar e apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com crianças da Educação Infantil. Partindo do entendimento de que o brincar carrega significados construídos histórica e culturalmente, a pesquisa considera o brincar como uma pedagogia cultural capaz de (re)produzir e ensinar modos de ser e agir para meninos e meninas desde os primeiros anos escolares. A pesquisa, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, utilizou abordagem qualitativa, com a participação ativa das crianças, por meio de observação participante e oficinas pedagógicas para coleta de dados. A análise foi realizada com base na técnica de Núcleos de Significação. Os resultados revelam que brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil funcionam como pedagogias culturais que reforçam práticas machistas e sexistas, mas também evidenciam que as crianças conseguem transgredir essas normas socialmente estabelecidas, abrindo espaço para novos modos de compreender e viver as questões de gênero e sexualidade desde a infância.