IA generativa e construção de sentido: abordagem semiótica a partir do Sul Global
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A popularização dos modelos de Inteligência Artificial (IA), especialmente da IA generativa (IAGen), a partir da década de 2010, somada à circulação algorítmica de dados, tem provocado transformações em diversas esferas da sociedade. Nesse contexto, o artigo investiga os processos de geração de significação em modelos de IA generativa, buscando delimitar, sob uma perspectiva semiótica, o que vem a ser o big data e o processo de dataficação. Mobilizam-se, entre outros, os conceitos de práticas semióticas e formas de vida (Fontanille 2008; 2015), com o intuito de descrever como o processo intangível e dinâmico da dataficação agencia cenas práticas que, ao serem estabilizadas no big data, favorecem determinadas formas de vida. Considerando o controle de atores concentrados no denominado Norte Global sobre as tecnologias difundidas globalmente e o modo como se dão as operações entre big data, dataficação, algoritmos e IA, é possível explicar, por exemplo, a intensificação de preconceitos e estereótipos o denominado viés. Para adensar a discussão semiótica da IA a partir do Sul Global e do problema da sub-representação de dados, o estudo toma como exemplo textos gerados pelo Sabiá, modelo de IA desenvolvido no Brasil, comparando-o a um modelo globalizado, o ChatGPT. Os resultados ajudam a compreender como diferenças na constituição de datasets repercutem na geração de sentido. A pesquisa defende que a semiótica esteja implicada na compreensão e na construção de IAs mais éticas e culturalmente plurais, com vistas a reduzir as assimetrias estruturais entre Norte e Sul.