O paradoxo do autoritarismo situacional: quando brasileiros relativizam princípios democráticos

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Abstract

O estudo investiga em que medida eleitores brasileiros relativizam princípios da democracia liberal em contextos de polarização política. A hipótese central é que a polarização atua como mecanismo cognitivo que ativa disposições “iliberais” latentes, configurando um padrão de autoritarismo situacional. Utilizam-se dados de survey nacional representativo (INCT ReDem/UFPR, n = 1.504, fevereiro de 2025) com indicadores de duas dimensões analíticas — liberalismo político versus majoritarismo e constitucionalismo versus concentração de poder. As associações entre atitudes democráticas e voto presidencial foram testadas por qui-quadrado e V de Cramer. Os resultados revelam adesão simultânea a valores liberais e iliberais, sugerindo ambivalência normativa e efeitos situacionais da incumbência: a defesa de princípios democráticos varia conforme a posição do grupo político em relação ao poder. O estudo propõe e demonstra empiricamente o conceito de autoritarismo situacional, contribuindo para o debate sobre apoio condicional à democracia e para a compreensão das fragilidades da resiliência liberal.

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