NOVA DIREITA EMISSORA: AMADORISMO POLÍTICO, OUTSIDERISMO E ATUAÇÃO LEGISLATIVA ANTICLIMÁTICA NO BRASIL

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Introdução: A renovação da Câmara dos Deputados em 2018 impactou diretamente a agenda ambiental no Brasil. Em meio à ascensão da chamada Nova Direita, composta por partidos novos e marginais de perfil ultraliberal e bolsonarista, intensificaram-se iniciativas legislativas contrárias às políticas de mitigação climática. Este estudo busca compreender em que medida o grau de profissionalização parlamentar e o outsiderismo se relacionam com a adoção de posições legislativas anticlimáticas durante a 56ª Legislatura. Materiais e métodos: A pesquisa articula três indicadores. O CO₂-Index mensura a intensidade da atuação anticlimática de cada deputado a partir de votos, discursos e proposições legislativas. O Índice de Profissionalização do Parlamentar avalia experiência e inserção institucional em duas dimensões: especialização legislativa e carreira parlamentar. O Índice de Outsiderismo capta a ausência de experiência prévia na política institucional. Foram empregados testes de correlação de Pearson, estatística descritiva e modelos de regressão linear múltipla. Resultados: Identificou-se correlação negativa significativa entre IPP e CO₂-Index, sugerindo que parlamentares mais profissionalizados tendem a apresentar menor propensão à emissão. Deputados neófitos da Nova Direita foram os principais emissores, com 113% a mais de chances de se posicionarem de forma anticlimática em comparação aos seus pares. O outsiderismo, isoladamente, não apresentou significância estatística. Discussão: O perfil dos principais emissores na Câmara reflete uma dinâmica mais ampla da renovação política que favorece a agenda de desregulamentação do Estado. A concentração de deputados ultraliberais e bolsonaristas no topo do ranking evidencia a coerência programática entre essas correntes ideológicas e a oposição às políticas de mitigação climática. A agenda antiambiental no Legislativo está associada à emergência de uma nova geração política menos institucionalizada e ideologicamente alinhada à desregulação estatal, com implicações diretas para a capacidade de enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

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