GOVERNANÇA ALIMENTAR E REVITALIZAÇÃO RURAL: UM DIÁLOGO EMERGENTE ENTRE BRASIL E CHINA
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O presente trabalho tem como objetivo analisar, em perspectivacomparada, duas experiências de enfrentamento aos desafios contemporâneos dosterritórios rurais no Sul Global: a agroecologia e a governança alimentar no Brasil,e a estratégia de revitalização rural na China. Busca-se compreender como essesarcabouços – um construído de baixo para cima, a partir de redes camponesas,movimentos sociais e políticas participativas, e outro estruturado de cima parabaixo, por meio de diretrizes estatais abrangentes – abordam questões comunscomo insegurança alimentar, êxodo rural e degradação ambiental. O métodoadotado é qualitativo e teórico-reflexivo, baseado em revisão bibliográfica edocumental sobre agroecologia no Brasil e revitalização rural na China. A análisemobiliza referenciais críticos do Sul Global, em especial autores ligados aomovimento da Nova Reconstrução Rural chinesa e à literatura sobre agroecologia,soberania alimentar e desenvolvimento territorial no Brasil. Não foram aplicadosmétodos empíricos de campo, priorizando-se a comparação interpretativa entre asfontes consultadas. As conclusões apontam que, embora oriundas de contextossociopolíticos distintos, as duas experiências convergem na valorização daagricultura familiar/camponesa, na diversificação produtiva, na preservaçãoambiental e na centralidade das comunidades locais. O Brasil evidencia a força daparticipação social e dos circuitos curtos de comercialização, enquanto a Chinademonstra a capacidade de políticas públicas estruturantes para transformar ocampo em escala nacional. Em conjunto, os casos sugerem que a integração deabordagens participativas e estatais pode fortalecer a governança alimentar epromover o desenvolvimento rural sustentável no Sul Global.