EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA GLOBAL E INTERNACIONALIZAÇÃO: um olhar sobre o estado da arte focando em discursos, ideologias e disputas hegemônicas
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Este artigo apresenta um recorte do estado da arte (EA) sobre a Educação para a Cidadania Global (ECG) e a internacionalização no superior, analisando como discursos, ideologias e disputas hegemônicas moldam práticas e políticas educacionais. A partir das perspectivas teóricas de Bakhtin e Gramsci, investiga-se como organismos internacionais (OIs) e instituições de ensino mobilizam a ECG, enquanto estratégia de internacionalização, tanto como discurso de justiça, diversidade e sustentabilidade quanto como estratégia alinhada a lógicas neoliberais e eurocêntricas. A metodologia de pesquisa adotada neste trabalho foi o Estado da Arte (EA), desenvolvido a partir da seleção e análise de cinco artigos de periódicos e um capítulo de livro. A análise evidencia duas linhas centrais: uma voltada à competitividade, aos rankings e à empregabilidade, e outra orientada por valores de justiça social, equidade e cidadania global crítica. Embora esta última seja atravessada por forças hegemônicas, abre espaço para práticas contra-hegemônicas, especialmente quando fundamentadas em epistemologias do Sul, abordagens decoloniais e projetos pedagógicos críticos inspirados na consciência freireana, por exemplo. Conclui-se que a internacionalização e a ECG, quando assumidas de forma crítica e contextualizada, podem se reforçar mutuamente na formação de cidadãos globais comprometidos com a justiça, a pluralidade e a sustentabilidade, transformando as instituições educativas em espaços contra-hegemônicos, isto é, espaços de diálogo, resistência e transformação social.