NA FISSURA DA CIDADE ECLODEM AS DISSIDÊNCIAS: FESTIVAL DE ARTES DE SÃO CRISTÓVÃO E AS NOVAS OCUPAÇÕES DO ESPAÇO PÚBLICO
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Este trabalho objetiva investigar a relação entre o Festival de Artes de São Cristóvão (FASC) e as novas ocupações do espaço público a partir da emergência de corpos e sexualidades dissidentes. Busca-se compreender como o FASC reconfigura o espaço público da cidade histórica por meio da reivindicação e resistência das identidades marginalizadas, onde os sujeitos emergem não como meros receptáculos de normas, mas como agentes que, através da subversão performativa, promovem uma reapropriação crítica das estruturas de gênero presentes no cotidiano do espaço. Assim, procura-se apreender as dinâmicas de apropriação do espaço público como um meio de reivindicação, resistência e subversão das identidades subalternizadas que eclodem no limiar da normatividade dos espaços públicos. Para tal, o presente trabalho mobilizou teorias da sociologia urbana em intersecção com teorias queer, a fim de compreender os usos, contra-usos e apropriações do espaço urbano a partir da quebra da heteronormatividade performática. Destarte, realizou entrevistas semi-estruturadas com participantes do festival, tendo como foco apreender a forma como os sujeitos sentem e entendem o espaço público, seu corpo e o festival, bem como a etnografia participante dos autores enquanto sujeitos que frequentam e vivem o espaço, seja durante os festival, seja em dias corriqueiros. Nesse sentido, o FASC desponta como um espaço de contestação a partir da abertura de fissuras no limítrofe entre a normatividade e a subversão, onde as expressões de gênero e sexualidade se manifestam na esfera pública.