A PROMESSA ADIADA: CONTRADIÇÕES DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICOESÃO TOMÉ E PRÍNCIPE NO PERÍODO PÓS-INDEPENDÊNCIA
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O processo de descolonização em São Tomé e Príncipe não implicou uma ruptura estrutural nas diretrizes econômicas do país. Apesar da conquista da independência formal, manteve-se o modelo primário-exportador, herança do período colonial que persiste até os dias atuais. A ausência de transformações na estrutura produtiva resultou na continuidade de uma economia frágil, marcada por sucessivos déficits na balança comercial ao longo de todo o período pós-independência. Por meio deste estudo exploratório, este trabalho tem por objetivo identificar os principais obstáculos ao subdesenvolvimento em São Tomé e Príncipe. A forte dependência de produtos industrializados externos de bens de consumo e bens de capital, configura-se como um dos principais entraves ao desenvolvimento nacional. A este quadro somam-se o elevado nível de endividamento externo e a dependência estrutural de ajudas internacionais para o financiamento dos Orçamentos Gerais do Estado, fatores que inserem o país em uma armadilha da dívida, limitando sua autonomia e comprometendo a capacidade de formular políticas de desenvolvimento autônomas e sustentáveis. A baixa capacidade produtiva interna, o reduzido volume de investimentos em educação, ciência, tecnologia e inovação e a ausência de políticas de industrialização, perpetuam a posição de São Tomé e Príncipe no conjunto dos países classificados como “em desenvolvimento”. Esse quadro evidencia a persistência de um padrão de dependência econômica, cujas raízes remontam à inserção histórica do país na divisão internacional do trabalho.