Eficácia comparativa de Nirvesimabe versus Palivizumabe na profilaxia de Bronquiolite por Vírus Sincicial Respiratório: uma metanálise

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Abstract

O vírus sincicial respiratório (VSR) permanece como a principal causa de infecções do trato respiratório inferior em lactentes e crianças, representando elevada carga para os sistemas de saúde e famílias. A imunização passiva com anticorpos monoclonais constitui uma estratégia preventiva central, evoluindo do palivizumabe, administrado mensalmente, para o nirsevimabe, caracterizado por dose única e perfil farmacológico otimizado. Apesar da eficácia comprovada frente a placebo para ambos os agentes, a comparação direta quanto à prevenção de desfechos clinicamente relevantes, como bronquiolite, permanece incerta devido à ausência de ensaios clínicos randomizados head-to-head. Esta revisão sistemática com metanálise teve como objetivo comparar a eficácia de nirsevimabe e palivizumabe na prevenção de bronquiolite por VSR em populações pediátricas. Foram realizadas buscas abrangentes nas bases ScienceDirect, Google Scholar, MEDLINE e SciELO, sem restrições de idioma ou período. Onze estudos, totalizando 31.928 pacientes, atenderam aos critérios de inclusão. Dados sobre desenho dos estudos, características dos participantes, esquemas de intervenção, desfechos e risco de viés foram extraídos e analisados por modelo de efeitos aleatórios, com transformação logit para estabilização de proporções extremas. A heterogeneidade foi avaliada pelo I² e o viés de publicação pelo teste de Egger. A análise combinada demonstrou incidência significativamente maior de bronquiolite por VSR no grupo do nirsevimabe (0,231; IC 95% 0,126–0,387) em comparação ao palivizumabe (0,038; IC 95% 0,020–0,072), correspondendo a diferença absoluta de risco de 0,193 e número necessário para tratar (NNT) de 6. Embora a heterogeneidade tenha sido elevada (I²=96,4%), os resultados permaneceram estatisticamente robustos. A superioridade do palivizumabe provavelmente se deve à manutenção de concentrações séricas protetoras durante toda a temporada de VSR, enquanto o nirsevimabe, administrado em dose única, pode apresentar redução da proteção ao longo do tempo. Em conclusão, o palivizumabe apresenta eficácia significativamente maior que o nirsevimabe na prevenção de bronquiolite por VSR em crianças de alto risco. Estes achados possuem importantes implicações clínicas e políticas de saúde, destacando a necessidade de ponderar a conveniência da dose única frente à proteção superior do regime multi-dose. Ensaios clínicos head-to-head e análises de custo-efetividade são urgentemente recomendados para otimizar estratégias profiláticas.

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