A MARCHA DOS OBJETOS: FOICES, MACHADOS, FUMOS, ROUPAS E ALIMENTOS ENTRE INDÍGENAS E CONQUISTADORES NO CEARÁ COLONIAL (SÉC. XVII)

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Abstract

O estudo em questão tem como objetivo principal a investigação da circulação de objetos entre as populações nativas da costa Leste-Oeste colonial e as forças conquistadoras europeias, sobretudo portuguesas, nas tentativas de conquista da região a partir do estudo de fontes documentais primárias, levando em consideração as ideias de Carlo Ginzburg sobre os documentos e as suas informações como paradigma para a pesquisa. Em cada uma dessas tentativas, podemos detectar elementos que enfatizam a importância dos objetos nas relações estabelecidas. Na bandeira do português Pero Coelho de Sousa, foices, machados e facas foram utilizados como objetos de troca entre as tropas do bandeirante e duas aldeias indígenas da região, conseguindo espaço para negociar o apoio delas em combate. Posteriormente, jesuítas também trocaram objetos com os nativos (fumo e roupas) para angariar alianças; em contrapartida, alguns grupos nativos ofereceram alimentos em troca da amizade dos padres. Por último, a expulsão dos franceses do Maranhão foi liderada por intermediários que mantinham relações de trocas de objetos com as populações nativas. Esses casos demonstram como os portugueses conseguiram articular uma diplomacia com as populações nativas a partir da circulação de objetos entre sujeitos da colonização e grupos indígenas.  

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