CONVIVÊNCIA ESCOLAR E PANDEMIA DE COVID-19: transformações, tensões e possibilidades (2020–2025)
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A pandemia de COVID-19 escancarou fissuras nas relações escolares e lançou luz sobre a fragilidade das estruturas de cuidado e pertencimento nas instituições educativas. Diante desse cenário, este artigo tem como objetivo analisar a produção científica sobre convivência escolar entre os anos de 2020 e 2025, com foco nos efeitos da pandemia e do pós-pandemia. Trata-se de uma revisão de escopo, realizada com base nas diretrizes metodológicas de Arksey e O’Malley, complementadas pelo PRISMA-ScR. A busca abrangeu as bases SciELO, Scopus, ERIC e EBSCO, nos idiomas português, espanhol e inglês, resultando na análise de 205 artigos. Os dados foram processados com o auxílio da linguagem Python e triados por critérios temáticos, metodológicos e contextuais. Os resultados indicam que a convivência escolar foi tensionada pela crise sanitária, com aumento da violência simbólica e emocional, desregulação afetiva e dificuldades de readaptação às rotinas escolares. Observa-se predominância de estudos quantitativos e descritivos centrados nos estudantes, com pouca escuta ativa de docentes, gestores e famílias. As experiências mais promissoras revelaram a importância de abordagens não punitivas, estratégias de cuidado coletivo e valorização das múltiplas vozes escolares. A discussão ressalta a convivência como dimensão política e ética da vida escolar, essencial para a promoção da saúde mental, da justiça relacional e da reconstrução dos vínculos educativos em tempos de crise. Conclui-se pela urgência de ampliar políticas situadas e práticas pedagógicas integradoras que superem modelos disciplinadores e respondam à complexidade do presente.