ANOS POTENCIAIS DE VIDA PERDIDOS POR AIDS ENTRE MULHERES VIVENDO COM HIV NO SUL DO BRASIL

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Abstract

Objetivo: investigar a mortalidade por HIV/aids entre mulheres de Porto Alegre/RS utilizando o índice de Anos Potenciais de Vida Perdidos e identificar associações com vulnerabilidade social. Metodologia: Estudo ecológico considerando óbitos por HIV/aids de mulheres entre 15 a 75 anos de idade (CID- B20-24) entre 2007 a 2017. Foram calculados valores brutos e taxas de APVP/1.000 óbitos considerando os distritos sanitários e a raça/cor. Realizou-se correlação de Pearson para aferir associações. Resultados: Entre 1.539 óbitos por HIV/aids identificados, houve 51,075 APVP, o que representou 86,52 anos perdidos para cada 1000 mulheres, com média de 32,53 APVP por óbito. Identificou-se maior percentual de óbitos em mulheres de raça/cor branca (53,44%), mas maior taxa de APVP entre as mulheres negras (200,36 APVP/1000), com média de 33,38 anos perdidos. Conclusão: Mulheres vivendo com HIV negras e em maior vulnerabilidade social tiveram maiores taxas de APVP, revelando o impacto de desigualdades raciais na mortalidade.

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  1. Avaliação em grupo ASAPbio-SciELO Preprints

    Esta avaliação reflete contribuições de Vanner Boere, Mario Cézar de Oliveira, Bruna Barros Guandalim, Kamyla de Arruda Pedrosa e Iratxe Puebla. Síntese por Vanessa Bortoluzzi.


    Este estudo investigou a mortalidade por HIV/AIDS entre mulheres de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, e, usando o índice de anos potenciais de vida perdidos (APVP), buscou identificar possíveis associações entre mortalidade e indicadores de vulnerabilidade social nessa população. A partir dos valores brutos e taxas de APVP/1.000 óbitos, os dados foram categorizados de acordo com a raça/cor e distrito sanitário de residência de cada mulher. Os autores identificaram que uma maior vulnerabilidade social está associada a maiores taxas de APVP entre mulheres negras vivendo com HIV, corroborando evidências que demonstram o impacto de desigualdades raciais na mortalidade precoce por HIV. O trabalho é de grande relevância no contexto epidemiológico regional, entretanto, pode se beneficiar da revisão de certos aspectos, listados a seguir:

    [RESUMO] Quais os resultados do índice de vulnerabilidade social e sua relação com o APVP?

    [INTRODUÇÃO] Pode valer a pena discutir brevemente na introdução os níveis de infecção e mortalidade por HIV no Brasil na última década ou duas, para fornecer uma visão mais ampla do impacto da doença no país.

    [MÉTODOS] Por favor, inclua a fórmula do cálculo do APVP.

    [RESULTADOS] Verificar o valor de óbitos final, pois 1603 menos o valor de n entre os dados que não foram utilizados, conforme mencionado no texto, não corresponde a 1539 óbitos. Pode haver sobreposição entre as categorias onde as exclusões foram feitas, mas seria relevante incluir um esclarecimento.

    [RESULTADOS] É importante mencionar nos métodos (ou na introdução) qual é a distribuição dos grupos étnicos para a população de mulheres no Brasil. Além disso, informe nos resultados a distribuição por etnia para a população de mulheres do grupo de estudo.

    [RESULTADOS] Em relação aos dados apresentados na Tabela 4, a correlação é entre taxas de APVP e porcentagem de mulheres (por cor), porém não está claro qual é o índice de vulnerabilidade social.

    [DISCUSSÃO] Você espera que esses achados sejam específicos para esta região, ou potencialmente relevantes para outras regiões do Brasil? Se forem relevantes, isso pode ser discutido brevemente; se os resultados não forem generalizáveis em todo o país, isso pode ser discutido como uma limitação.

    [DISCUSSÃO] Considerando que a maior prevalência de óbitos em mulheres brancas pode ser reflexo da estrutura populacional do município, seria relevante fornecer informações sobre a distribuição racial das mulheres nos distritos.

    [DISCUSSÃO] Em relação ao estudo que mostrou que “pessoas negras podem ser mais propensas a ter registro de mortalidade por HIV/aids do que brancas vivendo com HIV,” por favor, esclareça melhor o que este estudo cobriu e seus resultados.

    [DISCUSSÃO] Note que o tratamento dos dados foi agrupando mulheres negras e pardas, ao passo que a discussão trata apenas das mulheres negras. Por favor,esclareça se mulheres "pardas" estão contidas, como para algumas tendências do movimento negro, dentro de "mulheres negras".

    [DISCUSSÃO] Foi o fator raça ou vulnerabilidade social que teve maior impacto no APVP como resultado desta pesquisa?

    [DISCUSSÃO] Pode valer a pena ampliar a discussão das limitações para observar também a falta de informação sobre comorbidades entre os que morreram, o que também pode ter influenciado as taxas de mortalidade.

    [DISCUSSÃO] Seria útil elaborar na discussão como as conclusões deste estudo podem informar políticas ou intervenções para prevenir mortes prematuras em mulheres vivendo com AIDS, ou políticas públicas para abordar as desigualdades raciais. Também pode ser relevante discutir na seção de Discussão como os resultados se comparam ao número de anos perdidos para os homens no país e discutir as razões para quaisquer diferenças e intervenções específicas para mulheres que possam ser consideradas.