Onde os brasileiros compram alimentos? Tendência temporal da prevalência dos locais de aquisição

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Introdução: Os locais de aquisição de alimentos são vetores centrais dos ambientes alimentares, influenciando a qualidade da dieta da população. No Brasil, estudos prévios focaram na participação calórica ou gramas de alimentos adquiridos, mas não na frequência e na diversidade de locais. Objetivo: Descrever as tendências temporais da prevalência e da diversidade dos locais de aquisição de alimentos frequentados pelos domicílios brasileiros entre 2002 e 2018 e a concomitância entre esses locais em 2002-2003 e 2017-2018. Métodos: Foram utilizados dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018. Os locais de compra foram agrupados em 10 categorias: supermercados; pequenos mercados/mercearias; feiras livres e quitandas; centros de abastecimento; padarias e confeitarias; pequenos produtores; açougues, granjas e peixarias; vendedores de rua/ambulantes; bares, cafeterias e restaurantes; e outros. Analisou-se a prevalência (percentual médio) e o número médio de locais (diversidade) frequentados em sete dias considerando o Brasil como todo, área, região e quintos de renda entre 2002 e 2018. Para a concomitância, foi considerado apenas o Brasil como todo em 2002-2003 e 2017-2018. Resultados: A prevalência de aquisição em supermercados aumentou de 54,8% (2002-2003) para 64,5% (2017-2018), enquanto feiras livres e quitandas reduziram de 36,6% para 20,9%, e padarias e confeitarias de 50,5% para 37,5%. A diversidade média de locais frequentados semanalmente diminuiu de 2,8 para 1,9. Esse padrão foi consistente entre áreas, regiões e quintos de renda. Na comparação entre 2002-2003 e 2017-2018, a concomitância indicou crescente concentração das compras em supermercados. Conclusão: Entre 2002 e 2018, consolidou-se no Brasil um ambiente de varejo alimentar mais concentrado em supermercados e menos diverso, com o declínio de estabelecimentos tradicionais. Essas mudanças estruturais exigem atenção das políticas públicas de alimentação e nutrição.

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