Reflexões críticas sobre o artigo “Gerações docentes e herança: a construção de um programa de excelência acadêmica”

Este ensaio dialoga criticamente com o artigo de Passiani e Moraes, publicado no periódico Sociologias (2025) sobre o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFRGS. Reconhecendo a contribuição empírica ao documentar processos de consolidação institucional, o texto propõe tensionar a narrativa de excelência sob perspectivas de decolonialidade e diversidade epistêmica. A análise questiona como programas de excelência permanecem celebrando critérios do Norte Global e de metrificação exagerada, portanto, reproduzindo esquemas coloniais. A centralidade formativa, quando não problematizada, opera como mecanismo de uniformização que pode gerar exclusões epistêmicas e endogenia acadêmica. O ensaio questiona se a Sociologia, ao construir suas estruturas de excelência, não estaria naturalizando mecanismos de concentração de poder semelhantes aos que identifica em outros campos. Propõe-se uma abordagem que enfatize o compromisso social, a tradução intercultural e a aproximação entre saberes diversos, de modo que a universidade pública não se limite a círculos de autolegitimação, mas integre relevância social aos critérios de excelência acadêmica.