INFODEMIA E CAPITALISMO DIGITAL: CIRCULAÇÃO COMUNICACIONAL E AS BIG TECHS NO NEOLIBERALISMO
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O artigo examina a relação entre a infodemia e o capitalismo digital, no contexto do neoliberalismo, tomando de empréstimo o conceito de realismo capitalista, de Mark Fisher, que se sustenta no argumento de que o capitalismo se tornou a única estrutura de sociabilidade concebível, limitando alternativas ao sistema vigente. O artigo, fruto de revisão de literatura, problematiza a infodemia como um fenômeno que vai além do caos informacional, evidenciando-a como um mecanismo de controle e mercantilização da atenção, explorado por grandes corporações tecnológicas. O aporte teórico se sustenta nas contribuições de Fisher, Byung-Chul Han, Srnicek, Zuboff e Morozov, com vistas à análise da circulação de mercadorias, dados e informações com as dinâmicas do capitalismo neoliberal. Este ensaio envolve abordagem qualitativa fundamentando-se em revisão bibliográfica e situando-se no campo da Economia Política e da Teoria Social, a qual nos levou a uma análise crítica das estruturas econômicas e comunicacionais que sustentam esse novo contorno do capitalismo. A mudança na forma como o capital é acumulado e como as relações de poder e trabalho são mediadas pela tecnologia digital marcam esse modelo atual. O texto enfatiza como as plataformas digitais moldam a circulação da informação, reforçam o realismo capitalista e restringem o questionamento crítico, perpetuando o status quo. Os resultados apontam que a infodemia não é um fenômeno espontâneo, mas um elemento estrutural da economia digital, que aprofunda a alienação, cria entraves à organização coletiva e dificulta a participação crítica em sociedade. O texto propõe que o fortalecimento de uma lógica popular de soberania informacional, fundamentalmente articulada à regulação das Big Techs, por meio de um conjunto de medidas e políticas públicas que limitem e orientem o poder econômico, social e políticas das corporações tecnológicas. Portanto, essas medidas são essenciais para mitigar os impactos da infodemia e ampliar os direitos digitais da população.