Juventude, escola e direitos: qual a relação com a felicidade pública?
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Esta pesquisa investiga as relações entre juventude, cidadania, cultura cívica e felicidade pública a partir de um estudo longitudinal (2004–2023) com estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas de três regiões do Rio de Janeiro, utilizando métodos quantitativos e qualitativos. A escola foi escolhida como espaço central de observação por ser, ao mesmo tempo, território simbólico e concreto. O objetivo principal foi compreender como as desigualdades sociais e educacionais moldam a percepção desses jovens acerca dos conceitos que dão título a pesquisa. O referencial teórico dialoga com a sociologia clássica e contemporânea, integrando contribuições do sociólogo Ruut Veenhoven e quatro critérios do World Happiness Report: apoio social, liberdade para fazer escolhas, generosidade e percepção sobre corrupção, articulados aos debates sobre cidadania e cultura cívica. Os resultados mostram que para os jovens, de ambas as redes de ensino, O apoio social é percebido como circunscrito ao núcleo íntimo de familiares e amigos expressam cautela em relação à confiança, tanto nas relações pessoais quanto na avaliação das instituições. A liberdade de escolha revela-se atravessada por desigualdades estruturais que limitam o acesso ao ensino superior e restringem horizontes de vida., enquanto a generosidade, vinculada a ações coletivas e comunitárias, depende de condições materiais e incentivos sociais mais amplos. Em síntese, a pesquisa evidencia que a felicidade pública, para esses jovens, é construída de forma ambivalente: ao mesmo tempo em que se apoia em laços de proximidade e solidariedade, encontra-se marcada por inseguranças e pelas barreiras impostas pela desigualdade social.