Maternidade na adolescência no Brasil: altas taxas de fecundidade e desigualdades marcantes entre municípios e regiões
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A gravidez na adolescência é um desafio de saúde pública no Brasil, com uma taxa de fecundidade de 43,6 nascimentos por mil meninas de 15 a 19 anos em 2022. Este estudo investigou as desigualdades nas taxas de fecundidade adolescente (TFA) nos municípios brasileiros, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Censo Demográfico de 2022. A análise considerou nascimentos entre 2020 e 2022, excluindo municípios com menos de 50 nascimentos nos três anos. As TFAs municipais foram comparadas com a taxa média de países classificados por nível de renda (alta, média-alta, média-baixa e baixa renda) e descritas conforme o Índice Brasileiro de Privação e o tamanho populacional. As desigualdades dentro de cada região geográfica foram avaliadas usando a diferença absoluta média em relação à média regional e a amplitude. Foram observadas grandes disparidades nas TFAs entre as regiões, com o Norte e Nordeste apresentando as maiores taxas, e o Sul e Sudeste, as menores. O Centro-Oeste teve valores intermediários. As desigualdades entre os municípios foram evidenciadas por gráficos e índices, com uma pequena parcela de municípios da região Norte mostrando TFA excepcionalmente alta. Foi identificada uma forte associação entre vulnerabilidade social e gravidez precoce, com municípios em situações de maior privação apresentando taxas de fecundidade marcadamente mais altas. Os resultados destacam a necessidade de políticas públicas que abordem os determinantes contextuais subjacentes para reduzir as taxas de fecundidade entre adolescentes no Brasil. English version: https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.11534