A semiose é um processo emergente: sincrônico e holístico, ou diacrônico e transformacional?
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A emergência está relacionada à irredutibilidade, e à imprevisibilidade, indicando que as propriedades de um sistema não podem ser deduzidas de suas partes. No escopo da filosofia do signo de C.S.Peirce, a noção de emergência fornece uma compreensão sobre como processos semióticos são compostos de interações materiais entre organismos, artefatos e ambientes, e ainda assim possuem propriedades únicas. Ela pode ser diacrônica, quando um domínio base transforma-se em um domínio emergente ao longo do tempo, ou sincrônica, onde bases e emergentes coexistem temporalmente com diferentes propriedades qualitativas. Ela pode ser fraca, explicando epistemologicamente os fenômenos, ou forte, implicando numa nova ontologia. No emergentismo processualista, são priorizadas relações e organizações sobre substâncias. A descrição de Peirce dos fenômenos como relações triádicas reflete precisamente essa visão, com ênfase na complexidade e na dinamicidade da semiose. O processo não-linear de produção de significado sugere que o significado de um signo é continuamente formado por complexos entrelaçamentos de interações passadas e futuras, generalizadas na forma de hábitos e antecipações.