Percepções distintas de Cardiologistas e Paliativistas sobre pacientes cardiopatas: oportunidade para integração de saberes
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Introdução: Dentre as condições que demandam Cuidados Paliativos (CP), as doenças cardiovasculares têm recebido destaque mais recentemente. A dificuldade de reconhecer a terminalidade em cardiopatias tem sido indicada como fator que compromete a qualidade do cuidado de fim de vida destes. Objetivo: Objetiva-se avaliar a percepção de cardiologistas (C) sobre a expectativa de óbito e a necessidade de CP para pacientes portadores de cardiopatia avançada e/ou terminal. Método: Estudo observacional prospectivo no qual foram coletados em um dia dados demográficos e clínicos dos pacientes internados em um centro de cardiologia. Os C que assistiam estes pacientes responderam um questionário com 2 “perguntas surpresa” relativas à expectativa de óbito em um ano e na internação atual. A partir do padrão de respostas ao questionário, os pacientes foram classificados em perfis: doença em evolução/avançada não terminal (I/II), terminalidade (III) e fase final de vida (IV). Além disso, foram questionados quanto à necessidade de CP para cada paciente.Um Paliativista (P) respondeu às mesmas “perguntas surpresa” com base em dados dos prontuários. Resultado: Foram avaliados 242 pct (90% dos internados), dos quais 34 evoluíram a óbito na internação. Os C e o P classificaram 35,5% e 4,1% dos pacientes como perfil IV, com acerto na previsão de óbito na internação de 32,6% e 70%, respectivamente. C reconheceu a necessidade de CP para 93 pacientes, mas solicitou avaliação do P a apenas 13 (14%). Conclusão: Após a observação do desfecho, observa-se que P acerta mais a previsão de óbitos dos pacientes. Apesar de C reconhecer necessidade de CP, solicita interconsultas da especialidade para minoria dos pacientes, reforçando a necessidade de maior articulação entre C e P.