A DOCÊNCIA E O DESENHO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: ENTRE A PSICOLOGIA E A PEDAGOGIA

Este artigo, parte de uma pesquisa à nível de mestrado, objetiva identificar a compreensão das professoras sobre o papel do desenho das crianças da educação infantil, uma vez que essa linguagem gráfica está bastante presente no cotidiano das escolas da infância. O entendimento do desenho como linguagem deve-se pelo aporte teórico ancorado em autores(as) como Vigotski (2000a, 2000b, 2001, 2007), Mukhina (1995), Derdyk (2010), Iavelberg (2010, 2013, 2017) e Vecchi (2017). Adotou-se a pesquisa qualitativa, com uso da técnica de grupo focal com professoras atuantes numa escola comunitária de educação infantil da cidade de São Luís-Ma. Os dados foram organizados e analisados a partir da Análise de Conteúdo de Bardin (2016). Constatou-se que as professoras concebem o desenho, predominantemente, com o cunho psicológico em detrimento do cunho pedagógico. Também o concebem como propulsor da imaginação e criatividade,  cujo desenvolvimento é atrelado às vivências familiares, com a ausência de um olhar mais atento às próprias experiências escolares. Dessa forma, esta pesquisa indica a necessidade, por parte docente, da apropriação de conhecimentos teórico-metodológicos sobre o desenho, assim como conhecimentos culturais diversos para superação de uma visão limitada dessa linguagem visual, cujas múltiplas potencialidades de aprendizagens (cognitivas, expressivas e criativas) não são consideradas.