HABILIDADES SOCIAIS EDUCATIVAS EM MÃES E PAIS DE CRIANÇAS COM DIAGNÓSTICO DE TEA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é descrito pelo DSM-V-TR como um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado pelos prejuízos persistentes na comunicação e interação social, além de comportamentos repetitivos e interesses restritos. Segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), uma a cada trinta e seis crianças recebem esse diagnóstico na primeira infância. Com isso, cada vez mais famílias são impactadas pelas novas formas de lidar com essas demandas, marcadas pelo manejo constante dos comportamentos atípicos dos filhos, desafios emocionais, rede de apoio insuficiente, dificuldade no acesso aos tratamentos, etc. emergindo diversos tipos de sobrecarga. Como estratégias de enfrentamento desses desafios as Habilidades Sociais Educativas Parentais (HSE-P) se apresentam como fatores protetivos para esses cuidadores. O objetivo do estudo foi identificar e comparar as HSE-P em mães e pais de crianças com diagnóstico de TEA a partir de uma pesquisa descritiva, transversal, de natureza qualiquantitativa com comparação de grupos, contando com dez mães e dez pais que responderam o Roteiro de Entrevistas de Habilidades Sociais Educativas Parentais (REHSE-P). Os resultados evidenciaram que as mães apresentaram um repertório mais amplo de HSE-P, tendendo a práticas positivas. Em contrapartida, os pais demonstraram maior frequência de práticas negativas. Esses achados sugerem que desigualdades de gênero estão refletidas na qualidade das interações parentais e no bem-estar dos cuidadores, sendo as HSE-P essenciais para fortalecer a relação cuidador-filho. O estudo aponta para a importância de programas de treinamento em HSE-P como estratégia para minimizar o impacto das demandas impostas pelo cuidado de crianças com TEA.