Relação entre desenho de pesquisa e análise de dados em estudos de bilinguismo
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A utilização de dados sempre desempenhou um papel central na pesquisa linguística. Mesmo modelos teóricos com alto grau de abstração costumam se basear em processos empíricos observados em diferentes línguas naturais. Contudo, a forma como os dados são utilizados em linguística tem sofrido uma mudança substancial nas últimas décadas. Com o avanço e a acessibilidade de métodos estatísticos mais sofisticados, abordagens experimentais quantitativas tornaram-se frequentes em diversas subáreas da linguística. Concomitantemente a essa expansão de métodos quantitativos, observamos também uma aceleração na adoção de técnicas de análise mais complexas: desde simples testes de hipótese até modelos estatísticos mais robustos e abrangentes, incluindo modelos bayesianos. Essa mudança é particularmente relevante ao analisarmos dados de aquisição, que são variáveis por natureza e envolvem múltiplas gramáticas e léxicos. Apesar de ser uma evolução positiva, essa revolução quantitativa exige uma grande adaptação por parte de estudantes e professores, uma vez que cursos de graduação em letras geralmente não oferecem uma base sólida em análise estatística. Este capítulo aborda um desafio central nessa adaptação: a necessidade de conectar o desenho experimental de um estudo aos métodos de análise adequados para o tipo de dado que será explorado. De fato, a relação entre desenho experimental e análise estatística é essencial para qualquer estudo que utilize dados experimentais quantitativos. Neste capítulo, veremos como o alinhamento apropriado entre desenho e análise é crucial para que nossos resultados sejam confiáveis e precisos. Discutiremos também exemplos práticos que ilustram problemas importantes frequentemente observados na literatura. Por fim, o capítulo trará sugestões gerais que abordam diretamente esse desafio.