O SILÊNCIO NO CIBERDISCURSO: ETHOS E O SUJEITO-AVATAR
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Em tempos de pós-verdade, experienciamos uma profunda incongruência entre a supremacia das big techs e a persistência da exclusão social e digital conforme predominam, segundo Santos (2011), forças hegemônicas oriundas do (neo)liberalismo (Guilbert, 2020). A crescente automação, impulsionada pela inteligência artificial (IA), consoante Harari (2018), ameaça dizimar empregos e acentuar a disparidade social, concentrando poder e recursos em uma elite reduzida. Nessa conjuntura, à luz da Análise de Discurso materialista pecheutiana, buscamos explicitar e analisar os processos de efeitos de sentidos emergentes em materialidades do ciberdiscurso e discurso cibernético para compreender o funcionamento cibercultural. Nesse sentido, discutimos a individua(liza)ção do sujeito-avatar e de que forma são projetados diversos tipos de ethos, de acordo com Maingueneau (2025), levando em consideração o trabalho articulado das formas do silêncio propostos por Orlandi (2007). Neste estudo de caráter qualitativo, bibliográfico e analítico, exploramos três sequências discursivas: a) um reel sobre vigilância e controle algorítmico a partir da experiência de Marilena Chauí com uma assistente virtual, b) um post do CEO da Microsoft Satya Nadella sobre inovação e poder tecnológico e c) um trecho das políticas de privacidade constituinte do discurso institucional da Meta em seu site oficial. Por se tratar de uma temática um tanto recente com impactos sociais relevantes, esperamos contribuir com reflexões que abordem a relação entre tecnologia digital, sociedade, linguagem e ideologia.