Segregação socioespacial: revisão crítica de seus limites conceituais e marco teórico para uma nova proposta de definição

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Abstract

Concepções de segregação socioespacial podem ser agrupadas em duas abordagens gerais: as mais ligadas à Geografia enfatizam condições espaciais como concentração e homogeneidade interna de regiões da cidade, enquanto as sociológicas tendem a concentrar a atenção primordialmente na restrição dos contatos entre grupos sociais distintos. Neste artigo, faço um apanhado de algumas das principais dimensões utilizadas na literatura para definir a segregação e argumento que são insuficientes para caracterizá-la adequadamente. Enquanto as abordagens geográficas confundem a segregação em si com as condições espaciais que (supostamente) a originam, as sociológicas enfatizam os contatos sociais, mas não se aprofundam no papel do espaço nesse processo. Proponho, então, que a segregação socioespacial é, na verdade, uma simbiose entre espaço e restrição do contato, no sentido de que os contatos sendo restringidos são aqueles: a) presenciais, ocorridos no espaço, e não, por exemplo, virtuais em redes sociais; e b) que deixam de acontecer por causa de condições espaciais diversas, e não, por exemplo, por razões puramente culturais. Essa concepção amplia o entendimento do fenômeno para além concentração e homogeneidade de grupos sociais em zonas e permite a incorporação, aos estudos de segregação, de uma maior diversidade de objetos de interesse em diferentes escalas, com maior atenção a aspectos geométricos, topológicos, compositivos e simbólicos potencialmente relevantes aos estudos urbanísticos e morfológicos.

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