Diversão ou Armadilha? Um estudo exploratório das Apostas Esportivas (Bets) entre Universitários Brasileiros sob a Lente da Teoria do Comportamento Planejado (TCP)

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Abstract

O mercado de apostas esportivas no Brasil (Bets) passou por transformações significativas nos últimos cinco anos, especialmente após a recente regulamentação que busca trazer mais segurança e transparência ao setor. A legalização das apostas, sancionada com a Lei 14.790 em dezembro de 2023, marca um novo capítulo, permitindo que empresas operem tanto online quanto em estabelecimentos físicos. Essa mudança é crucial, pois o Brasil, com sua paixão pelo futebol e uma população de mais de 214 milhões de habitantes, apresenta um enorme potencial para o crescimento desse mercado, que já é avaliado em mais de R$ 100 bilhões, especialmente na população mais jovem. O presente artigo analisou os fatores que afetam a intenção comportamental e as práticas de apostas esportivas entre jovens brasileiros, utilizando a Teoria do Comportamento Planejado (TCP) como plataforma teórica. Além disso, a pesquisa investigou como a gravidade do jogo problemático modera as relações entre os componentes da TCP, a intenção de apostar e o comportamento de apostas em esportes. Os dados foram coletados de 814 jovens universitários de quatro instituições diferentes no Brasil e foram analisados por meio de modelagem de equações estruturais com mínimos quadrados parciais (PLS-SEM) e análise multigrupo. Os resultados mostraram que a atitude em relação às apostas foi o fator mais influente nas intenções de apostar em esportes, seguida pelas normas subjetivas. A intenção comportamental e o controle percebido também se mostraram preditores significativos do comportamento de apostas. O estudo revelou efeitos moderadores importantes da gravidade do jogo problemático, com normas subjetivas sendo mais impactantes entre os jovens com maior gravidade de problemas relacionados ao Transtorno do Jogo (TJ) e Jogo Problemático (JPR), enquanto a atitude se destacou como o principal preditor entre apostadores recreativos. O artigo também discute recomendações para programas de prevenção e tratamento voltados para apostas esportivas e jogos problemáticos, assuntos ainda negligenciados no Brasil.

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