Excesso de mortalidade segundo grupo de causas no primeiro ano de pandemia por Covid-19 no Brasil

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Abstract

O estudo estimou o excesso de mortalidade segundo causa de óbito no Brasil e estados em 2020. Estimamos as razões de mortalidade padronizada considerando os óbitos esperados pela tendência estimada para os 5 anos anteriores. Observamos um excesso de 19% nos óbitos em 2020 (SMR= 1,19; IC= 1,18- 1,20). Há diferenças por grupos de causa, destacando as doenças infeciosas, transtornos mentais, condições crônicas cardiovasculares/metabólicas e causas externas, além de causas mal definidas. Há enorme heterogeneidade entre os estados brasileiros. O excesso de óbitos é resultado tanto da Covid-19 quanto da resposta social e gestão do sistema de saúde.

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  1. Avaliação em grupo ASAPbio-SciELO Preprints


    Esta avaliação reflete contribuições de Carla Maria de Jesus Silva, Helvecio Cardoso Correa Povoa, Iratxe Puebla, Kamyla de Arruda Pedrosa, Luciane Ferreira do Val. Síntese por João Victor Cabral-Costa.

    Neste trabalho, Guimarães et al. fazem uma análise descritiva do excesso de mortalidade no primeiro ano de pandemia por COVID-19 (2020) em comparação com os 5 anos prévios (2015-2019). Trata-se de uma breve análise de dados extraídos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Datasus, agrupados em: doenças infecciosas e parasitárias; neoplasias; doenças endócrinas; transtornos mentais; doenças cardiovasculares; doenças do aparelho respiratório; doenças do trato geniturinário; gravidez, parto e puerpério; causas externas; e causas mal definidas.

    A análise tem um objetivo relevante, porém o manuscrito muito se beneficiaria de algumas alterações conforme os comentários levantados abaixo:

    1. Seria de grande valia a condução de uma revisão ortográfica e de escrita para melhor conectar os parágrafos ou frases, deixando assim a leitura mais fluida, em especial para melhorar a organicidade da discussão.
    2. A fim de dar maior clareza ao resumo, acrescentar uma breve introdução ao tema e ressaltar a importância do estudo;
    3. Os autores usaram os descritores baseados nos termos controlados e não controlados (ou alternativos) do https://decs.bvsalud.org/, sendo um ponto positivo.
    4. [INTRODUÇÃO] Recomendamos citar quais foram as des assistências dentro da rede assistencial do SUS (e.g., desassistência na atenção básica, atenção especializada, cirurgias, reabilitação, etc.), inserindo trabalhos que corroborem com essa informação;
    5. [INTRODUÇÃO] Inserir um comentário com a justificativa da escolha do período “primeiro ano da pandemia (2020)” como foco de estudo do trabalho;
    6. [INTRODUÇÃO] Seria interessante expandir um pouco a introdução de forma a possibilitar a discussão de alguns itens adicionais: a) Outros estudos sobre excesso de mortalidade no contexto da COVID-19, globalmente ou, pelo menos, no Brasil e/ou América do Sul. A introdução poderia então articular as lacunas da literatura no contexto de estudos prévios (ou comentar sobre a ausência de tais estudos abordando determinado tema com foco na região). b) Comentar sobre a organização do sistema de saúde no Brasil. A análise realizada por este trabalho apresenta dados em nível regional, contudo não há justificativa para tal escolha - por quê seria relevante conduzir esta avaliação em nível regional? Seria interessante discutir brevemente sobre potenciais diferenças no gerenciamento do sistema de saúde entre diferentes regiões/estados durante o primeiro ano de pandemia, bem como possíveis diferenças que já seriam esperadas entre estados.
    7. [MÉTODOS] Detalhar o que é o Datasus e especificar melhor que os dados obtidos são de domínio público. Adicionar uma referência da base de dados, incluindo seu link de acesso (https://dados.gov.br/dataset/sistema-de-informacao-sobre-mortalidade).
    8. [MÉTODOS] Esclarecer o motivo da seleção dos últimos cinco anos anteriores (2015-2019) como limite para a comparação prévia e comparando com o primeiro ano da pandemia (2020). Há algum motivo para a seleção de um período de 5 anos para a avaliação da tendência de crescimento de mortalidade? Se sim, seria útil incluir uma referência para justificar a escolha do corte temporal.
    9. [MÉTODOS] Seria interessante que mais detalhes sobre a extração de dados do SIM/Datasus pudessem ser providenciados, incluindo a adoção (ou ausência de) possíveis filtros, fatores de agrupamento, fatores de exclusão, etc.
    10. [MÉTODOS] “Optamos por fazer a tendência linear pelo reduzido número de pontos” Seria interessante justificar os argumentos que levaram a esta escolha metodológica (i.e., por qual razão, referência vantagem, etc., este método foi escolhido). Esse método foi empregado anteriormente para estudos de excesso de mortalidade relacionados ao COVID-19? Se sim, é possível fornecer uma referência?
    11. [MÉTODOS] Detalhar nos Métodos quais doenças estão incluídas nos respectivos grupos, principalmente o referente às “Doenças Infecciosas e Parasitárias”, apontando quais doenças infecciosas são as principais causas de mortalidade. Adicionalmente, seria interessante esclarecer a definição do grupo “Causas mal definidas” e quais doenças ele historicamente inclui.
    12. [RESULTADOS] Recomendamos uma padronização da forma com a qual os resultados numéricos são apresentados no decorrer do texto, i.e., (SMR ###, IC 95% ##-##) ou (SMR = ###, IC 95% ##-##), para melhor normatização.
    13. [RESULTADOS] O termo “RT” não foi definido/descrito por extenso em primeira aparição no texto e/ou nos Métodos.
    14. [RESULTADOS] Seria possível comparar a SMR por região/estado aos números de casos de COVID-19, de forma a apontar como a mortalidade por diferentes causas está relacionada (ou não) à incidência de COVID-19 em determinada região? Em caso positivo, pode-se conectar tais achados com a discussão sugerida no item #23.
    15. [RESULTADOS] Houve algum tipo de intervenção sanitária ou surtos (e.g. dengue, Zika) que possam ter impactado - positiva ou negativamente - a SMR basal no período 2015-2019? Talvez seja interessante discutir este ponto e comentar sobre como isso foi considerado durante a análise, além de como a comparação entre estados poderia ser afetada de maneira heterogênea.
    16. [RESULTADOS] Não seria interessante, de maneira adicional aos resultados já apresentados, gerar uma tabela com os resultados aglutinados por região do país, de forma a reduzir a capilarização da análise e facilitar uma visualização dos efeitos regionais? Vide comentário #22.
    17. [DISCUSSÃO] “A respeito das causas externas, os resultados são coerentes com a adoção de medidas de distanciamento físico” Adicionar que as causas externas foram reduzidas ou aumentadas com as medidas de biossegurança “no primeiro ano do período pandêmico da COVID-19 no Brasil”.
    18. [DISCUSSÃO] “As quedas na mobilidade têm um impacto esperado nos acidentes de trânsito, uma vez que as pessoas que ficam em casa não correm risco para esses eventos” Recomendamos adicionar referência da literatura para fundamentar o efeito esperado.
    19. [DISCUSSÃO] “e a heterogeneidade entre as UF é reflexo das desigualdades regionais, seja para a exposição a fatores de risco, seja para a oportunidade diagnóstica e terapêutica” Pode ser importante aprofundar este ponto. Existem diferenças em nível do sistema de saúde entre as regiões que podem explicar algumas das diferenças? Não seria interessante, portanto, agregar os dados detalhados por estados em regiões de forma a facilitar a visualização dessas diferenças?
    20. [DISCUSSÃO] O manuscrito se beneficiaria de uma ampliação da discussão, contextualizando os resultados com outros estudos sobre excesso de mortalidade associada à COVID-19 no Brasil e na América do Sul e discutindo se os resultados corroboram ou vão de encontro aos dados destas publicações prévias - e o que poderia justificar tais diferenças/semelhanças. Por exemplo, seria interessante adicionar à discussão uma contextualização dos resultados apresentados com os achados discutidos por dos Santos et al. (2021) (https://doi.org/10.11606/s1518-8787.2021055004137), que realizaram uma análise semelhante, embora com outro tipo de aninhamento.
    21. [DISCUSSÃO] Uma discussão sobre as limitações da análise fortaleceria o trabalho (e.g., apontando que se trata de um detalhamento da mortalidade por agrupamento de causas e de estados, portanto não é possível ainda estabelecer causalidade com alguns dos tópicos mencionados, como respostas mediadas pelo sistema de saúde, uma vez que mais informações - como ocupação/capacidade dos serviços de saúde, número de casos, etc. - seriam necessárias para proceder com este tipo de análise). Adicionalmente, há algum dado sobre a precisão dos dados reportados/consolidados no SIM/Datasus? Em caso positivo, seria interessante reportar possíveis vieses/subnotificação.