Estudo descritivo da mortalidade por COVID-19 segundo sexo, escolaridade, faixa etária, região de saúde e série histórica: Estado do Rio de Janeiro, janeiro de 2020 a agosto de 2021

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Abstract

Introdução. O primeiro caso de COVID-19 no Estado do Rio de Janeiro ocorreu em 6 de março de 2020 e o SARS-Cov-2 vem impactando a vida da população nos aspectos biopsicossociais, apresentando características de sindemia, e sobrecarregando o Sistema Único de Saúde. Objetivo: Descrever a pandemia de COVID-19 pela estratificação demográfica dos óbitos ocorridos no período de janeiro de 2020 a agosto de 2021 e nas Regiões de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Metodologia. Trata-se de estudo transversal de agregados, que utilizou dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, visando produzir uma epidemiologia descritiva. Foram calculadas medidas de prevalência absoluta, coeficiente de prevalência e razão padronizada de mortalidade (RPM); foram considerados os tamanhos populacionais estimados para 2020. Foram verificadas associações entre variáveis pelo teste de Pearson. Resultados. Foram observadas associações estatisticamente significativas  entre escolaridade, sexo, faixa etária e regiões de saúde em relação aos número de óbitos por COVID-19 e outras causas. Dentre os óbitos por COVID-19, houve associação entre escolaridade e sexo, destacando mais óbitos que o esperado entre pessoas do sexo masculino com ensino superior e do sexo feminino sem escolaridade. As Regiões de Saúde Metropolitana I e II apresentaram RPM acima de 100% e as demais abaixo, destacando as regiões Baía da Ilha Grande e Baixada Litorânea por apresentarem menos óbitos que o esperado. Conclusão. Os resultados mostraram padrões demográficos, geográficos e históricos da pandemia no Estado do Rio de Janeiro, que podem representar vulnerabilidades socioeconômicas, permitindo caracterizar a COVID-19 como sindemia.

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  1. Avaliação em grupo ASAPbio-SciELO Preprints

    Esta avaliação reflete contribuições de Carla Silva, Iratxe Puebla, Kamyla Pedrosa. Síntese por Adeilton Brandão.


    O artigo descreve a pandemia de COVID-19 pela estratificação demográfica dos óbitos ocorridos no período de janeiro de 2020 a agosto de 2021 nas Regiões de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Utilizou-se dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde, e obtidas as medidas de prevalência absoluta, coeficiente de prevalência e razão padronizada de mortalidade (RPM). Os resultados apontam associações estatisticamente significativas entre escolaridade, sexo, faixa etária e regiões de saúde em relação aos número de óbitos por COVID-19. Os autores concluem que os padrões demográficos, geográficos e históricos da pandemia no Estado do Rio de Janeiro podem representar vulnerabilidades socioeconômicas, permitindo caracterizar a COVID-19 como sindemia.

    Sugestões dos revisores:

    [Título] Recomenda-se reescrever o título, reduzindo o seu tamanho.

    [Resumo] "Sistema Único de Saúde": recomenda-se substituir por "sistema de saúde no Brasil".

    [Resumo] "outras causas": recomenda-se não utilizar os termos "outros, poucos e alguns", e colocar as causas para dar mais respaldo a pesquisa.

    [Resumo] "permitindo caracterizar a COVID-19 como sindemia": considerando que esta é a hipótese da pesquisa, recomenda-se rever o objetivo da pesquisa. É importante ressaltar que não foi realizada apenas uma descrição dos dados de domínio público, mas também uma análise estatística dos dados através de software, discussão dos resultados com variáveis, e apresentação de conclusão.

    [Introdução]: recomenda-se incluir mais citações no texto apresentado da introdução. Assim, seu texto terá maior sustentação. Recomenda-se que as referências citadas na discussão sejam trabalhadas na introdução, dessa maneira serão atribuídas as inferências e mais organicidade e clareza no texto para a comprovação da hipótese da pesquisa, que é a sindemia.

    [Introdução]: recomenda-se uma melhor contextualização sobre as taxas de mortalidade relacionadas ao COVID-19, pois esse é o principal tópico de análise. A introdução discute atualmente o sistema de saúde, mas poderia haver uma discussão mais aprofundada sobre como as taxas de mortalidade evoluíram, globalmente e no Brasil, e onde está a lacuna de conhecimento em termos de tendências na região do Rio de Janeiro.

    [Introdução]: recomenda-se organizar melhor a introdução, apresentando a sintomatologia e gravidade da doença, bem como lembrando a ausência de tratamentos reconhecidos e oficiais.

    [Introdução]: "Estudos investigaram a disseminação da COVID-19 como uma sindemia...": recomenda-se descrever com mais detalhes esses estudos. É necessário mais contexto e elaboração na Introdução para as referências a uma sindemia, por ex., como isso é definido? Como se aplica neste contexto? foi discutido em outros contextos? Como sugestão, realoque o primeiro parágrafo da discussão, o qual descreve o conceito de sindemia. Em seguida, na discussão as inferências.

    [Introdução]:"...Dessa forma, por meio da análise descritiva dos dados..." recomenda-se que seja apontada uma motivação clara para o estudo, destacando a lacuna de conhecimento, por que as informações sobre as taxas de mortalidade nesta região são necessárias, que próximos passos ou intervenções isso pode resultar.

    [Objetivo]:"...utilizando dados oficiais.": recomenda-se a exclusão, e mencionar a fonte nos Métodos.

    [Metodologia]: "individualizados": recomenda-se a exclusão dessa palavra, pois registros no SIM são de forma consolidada.

    [Metodologia]: "Sistema Único de Saúde (SIM/DATASUS)": Existe alguma informação disponível sobre a abrangência da cobertura neste banco de dados para dados de mortalidade na população?

    [Metodologia]: "A partir do arquivo contendo os registros de mortes notificados ao Ministério da Saúde": por favor, informe se foram feitas exclusões no conjunto de dados coletado e, em caso afirmativo, quais/como.

    [Metodologia]: "software STATA ®": recomenda-se adicionar a versão do software, e informar se utilizou algum outro pacote estatistico.

    [Resultados]: "A literatura é clara em expor a responsabilidade sanitária executiva das “Regiões de Saúde”, sua competência e seu papel na garantia da integralidade do acesso aos serviços de saúde. O papel da Regulação Médica durante a pandemia foi essencial para distribuir casos para locais onde havia leitos vagos, quando havia.": recomenda-se excluir ou passar este trecho para a seção Discussão, pois parece ser discussão/opinião e não resultado da análise.

    [Resultados] Tabela 3: recomenda-se inserir a Fonte (dos dados) logo abaixo da tabela e substituir Unidade Federativa por Estado do Rio de Janeiro.

    [Discussão]: Por favor, discuta quais medidas regulatórias estavam em vigor durante o período do estudo, se houver (por exemplo, medidas de bloqueio e distanciamento social, uso de máscaras) e a possível influência delas nas tendências de mortalidade observadas.

    [Discussão]: "...acerca do papel da educação na Sindemia da COVID-19.": talvez não seja possivel referir-se a um papel da educação aqui, este é um estudo transversal, portanto, só pode estabelecer uma associação e não um vínculo de causa e efeito.

    [Discussão]: "...a população de 80 anos de idade tenha tido uma mortalidade menor do que o esperado...": Isso parece contra-intuitivo e merece uma discussão mais aprofundada. Por que haveria menos mortes proporcionalmente no grupo acima de 80 anos, quando se espera que este seja o mais vulnerável?

    [Discussão]: Por favor, discuta as limitações do estudo, incluindo:

    • este é um estudo transversal e não pode estabelecer causalidade.
    • a mortalidade menor do que a esperada entre os grupos sem escolaridade parece contraintuitiva, pode haver risco de subnotificação de óbitos nesse grupo.
    • falta de informação sobre comorbidades que também podem influenciar as taxas de mortalidade.

    [Conclusão]: recomenda-se incluir as limitações da pesquisa, as propostas para novas pesquisas, e quais os problemas de saúde que estão interligados e que contribuiram para a COVID-19 ser caracterizada como sindemia.