O que aprendemos diante dos dados que não temos? O caso da variável profissão/ocupação nos bancos de síndrome gripal, síndrome respiratória aguda grave e mortalidade no Brasil

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Abstract

Objetivo: descrever o preenchimento da variável profissão/ocupação nos bancos de dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e Síndrome Gripal (SG) entre 2020 e 2021 no Brasil. Métodos: foram calculadas as frequências absolutas e relativas do preenchimento da variável profissão/ocupação por Unidade da Federação para cada base de dados durante o período de estudo. Resultados: Para o período de estudo, verificou-se 94,83% de incompletude para as notificações de SG, 97,73% para casos notificados de SRAG e 17,06% para óbitos por todas as causas. Conclusões: Recomendamos uma articulação entre o Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Previdência e representações de trabalhadores, como conselhos e sindicatos para formulação de estratégias para contornar o problema da falta de dados de ocupação/profissão nos bancos de dados públicos.

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  1. Avaliação em grupo ASAPbio-SciELO Preprints

    Esta avaliação reflete contribuições de Carla Silva, Iratxe Puebla, Mariana Rezende, Vanner Boere. Síntese por Adeilton Brandão.


    Como comentário geral, seria útil ter uma motivação mais forte para o estudo: por que a completude dos dados é importante, como eles são usados atualmente para informar políticas ou intervenções de saúde. Também seria útil ter mais informações sobre estudos anteriores sobre completude de dados nos sistemas estudados para ter uma noção se a falta de completude segue uma tendência, ou pode ter sido influenciada pela situação de pandemia COVID-19.

    Uma discussão mais aprofundada sobre o que pode causar falta de integridade nos conjuntos de dados também seria útil, principalmente porque o SIM tem uma taxa de integridade mais alta do que os outros dois sistemas. Existem diferenças nos requisitos de registro em cada sistema que explicam as diferenças?

    1. [Introdução]: "Portanto, não saber a profissão/ocupação dos casos leves...": É difícil entender se há algum forte nexo entre esse parágrafo e o anterior. A introdução deve fornecer uma justificativa mais abrangente para a importância de estudar a integridade dos dados da profissão.

    2. [Introdução] "O presente estudo...": Por favor, forneça algum contexto para o SIM, quando foi configurado, como ele coleta dados e para que são usados esses dados? Existem estudos anteriores visando a completitude dos dados do SIM? Em caso afirmativo, por favor, discuta-o na introdução (mesmo que seja para outras variáveis ou outras condições). Isso forneceria alguma linha de base de completude para comparação, se não houvesse essa avaliação da completude dos dados, isso pode ser apresentado como uma lacuna de conhecimento.

    3. [Introdução] "...descrever a incompletude...": forma como o objetivo é delineado pressupõe que os dados estarão incompletos, sugerindo a revisão do objetivo para indicar que o nível de completude será estudado.

    4. [Introdução] "...durante os anos de 2020 e 2021": Poderia ser adicionado alguma justificativa para este período de tempo? Destinava-se a cobrir a pandemia de COVID-19? Em caso afirmativo, por quê? Os dados nos sistemas permitem estabelecer quais casos notificados são relacionados ao COVID-19?

    5. [Métodos] "Gripe (SIVEP-Gripe": Por favor, forneça algumas informações de contexto para este banco de dados, como ele é configurado e os dados mantidos, etc.

    6. [Métodos]: Por favor, forneça mais informações sobre como os dados foram coletados: alguma pesquisa específica foi concluída, quaisquer registros excluídos da inclusão, como eles foram organizados (por exemplo, via planilha do Excel?)

    7. [Métodos] "... dados faltantes...": Pode ser útil descrever como os dados faltantes foram definidos.

    8. [Resultados] "Observando-se 94,83% de incompletude para as notificações de SG e 97,73% para casos notificados de SRAG": Esta é uma diferença substancial entre os sistemas, sugere que deve haver diferenças em como os dados são coletados em cada sistema - quem relata, como os dados são inseridos. Seria interessante analisar isso ou descrever um pouco mais os processos em cada sistema para entender o que pode estar causando as diferenças.

    9. [Resultados] Tabela 1: Seria relevante dividir os dados de óbito entre síndrome gripal/respiratória aguda grave e outros motivos, para que os dados relacionados a síndrome gripal/respiratória aguda grave pudessem ser comparados diretamente com os dados de outros sistemas.

    10. [Discussão] "Óbitos, por se tratar de um desfecho duro, ou definitivo (do inglês hard endpoint), são eventos bem definidos e pouco passíveis de subjetividade e viés de aferição. Dessa forma, naturalmente se é esperado um melhor preenchimento dos dados individuais da ficha de notificação (18).": Não está claro como isso se relaciona com a inclusão ou não das informações sobre ocupação. O sistema coleta dados de óbitos, então todo registro será referente a um óbito, a completude dos dados estaria relacionada a variáveis associadas a esse óbito que o sistema pode permitir coletar.

    11. [Discussão] "Outra limitação para utilização de dados relacionados à saúde do trabalhador é a impossibilidade do cálculo da taxa de ocorrência de agravos para cada ocupação. Como previamente exposto...": A justificativa do presente manuscrito deve ser baseada nesse parágrafo. Sem isso, a justificativa na seção "Introdução" está fraca, muito restrita. A motivação para o estudo pode ser elaborada na Introdução - talvez seja melhor deixar a discussão para interpretação dos resultados e colocar os achados no contexto da literatura.

    12. [Discussão] "...falta de um identificador pessoal exclusivo...": Seria útil ter mais informações sobre registros de saúde no Brasil e como eles são usados no sistema nacional de saúde.