Impacto da pandemia pela COVID-19 no perfil de pacientes críticos atendidos por um serviço de hemodiálise

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Abstract

Introdução e objetivo: Frequentemente os pacientes críticos com COVID-19 evoluem para lesão renal aguda e necessidade de hemodiálise. O objetivo deste estudo foi comparar o perfil de atendimento aos pacientes críticos submetidos a terapia de substituição renal antes e durante a pandemia pela COVID-19. Métodos: Estudo observacional realizado em um hospital universitário da cidade de São Paulo, Brasil. Participaram do estudo pacientes críticos em hemodiálise de abril a junho de 2019 e abril a junho de 2020. Os dados foram coletados a partir de documentos de atendimento de hemodiálise e prontuário eletrônico. Foram utilizados os testes de Qui-quadrado, Mann-Whitney, Shapiro-Wilk, Teste Exato de Fisher, (significância de 5%). Resultados: Participaram 221 pacientes, sendo 50 em 2019 e 171 em 2020. Em 2019, 30,0% dos pacientes internaram por alterações renais agudas, 90,0% apresentaram creatinina de entrada aumentada, foram encaminhados para terapia intensiva após 4,62±6,38 dias e iniciaram hemodiálise após 17,26±24,53 dias. Em 2020, 66,7% internaram por COVID-19, 77,7% tiveram creatinina de entrada aumentada, foram encaminhados para terapia intensiva após 2,21±3,63 dias e iniciaram a hemodiálise após 10,24±11,99 dias. Foram realizadas 212 sessões de hemodiálise em 2019 e 873 em 2020. Houve mais óbitos em 2020 (p=0,01) e os pacientes com COVID-19 (p=0,014) e instabilidade hemodinâmica (p=0,016) foram os mais acometidos. Conclusão: Em 2020, foi observado aumento de 3,42 vezes no número de pacientes críticos em hemodiálise e aumento de 4,11 vezes no número de sessões quanto comparado ao ano de 2019.

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  1. Avaliação em grupo ASAPbio-SciELO Preprints

    Esta avaliação reflete contribuições de Bruna Guadalim, Kamyla de Arruda Pedrosa, Iratxe Puebla, Mariana Rezende. Síntese por Vanessa Bortoluzzi.


    Neste estudo, os autores tiveram como objetivo comparar o perfil de pacientes críticos submetidos à hemodiálise atendidos antes e durante a pandemia de COVID-19. A partir dos registros em prontuário eletrônico, foram coletados dados de pacientes que usaram o serviço de hemodiálise de um hospital universitário da cidade de São Paulo entre abril e junho de 2019 e abril e junho de 2020. No total, os dados de 221 pacientes foram analisados, 50 deles atendidos em 2019 e 171 em 2020. Em 2020, observou-se um aumento de 3,42 vezes no número de pacientes críticos em hemodiálise e um aumento de 4,11 vezes no número de sessões em relação ao mesmo período no ano de 2019.

    Este trabalho é relevante no esclarecimento de impactos da pandemia de COVID-19 nos serviços de saúde e a pacientes críticos, particularmente aqueles relacionados à capacidade de atendimento desses serviços e curso da doença levando à demanda de terapia de substituição renal; no entanto, certos aspectos do artigo necessitam de revisão. A seguir, as sugestões e comentários dos revisores.

    INTRODUÇÃO

    No segundo parágrafo da Introdução, onde os autores mencionam que “cerca de 32% dos pacientes com COVID-19 apresentaram lesão renal aguda” seria interessante reformular a passagem mencionando os autores ou onde o estudo foi realizado; apesar de a referência constar no texto, é importante esclarecer a qual estudo o artigo se refere.

    O trecho em que é mencionado o manejo de pacientes com COVID-19 pode induzir alguns leitores à conclusão incorreta de que o curso da doença sempre culminará em substituição renal. Por favor, reformule essa passagem para maior clareza.

    Sugere-se a inclusão de mais estudos publicados na literatura nacional sobre a temática e uma breve reflexão acerca das contribuições deste estudo. Como os resultados podem informar os cuidados aos pacientes ou a resposta no sistema de saúde? Qual é a lacuna de conhecimento abordada?

    MÉTODOS

    Quando os autores mencionam o local do estudo, seria útil dar um pouco mais de informação sobre o serviço e hospital em questão; a qual população eles atendem, quão representativo (ou não) pode ser da população do Brasil?

    Em relação ao período de estudo, no resumo aparece de abril a junho, enquanto que em Métodos o período consta como de abril a julho. Por favor, verifique qual é o período correto e atualize a informação onde ela aparece no artigo. Além disso, qual a justificativa para a escolha desse período de tempo para a comparação? Por que esses meses, ao invés de dizer um período de 6 meses? O mesmo se aplica à comparação com 2019, é possível fornecer alguma razão para isso, ao invés de incluir vários anos (no caso de 2019 uma tendência particular que difere do habitual).

    RESULTADOS

    Sugere-se que informações já existentes na tabela não sejam repetidas no texto. O ideal seria que a tabela apresente as informações em termos de números e o texto que faz referência à ela apenas aponte questões principais, como por exemplo, que a maioria dos paciente eram homens em ambos os períodos avaliados, as principais comorbidades encontradas, entre outros aspectos relevantes.

    Ainda em relação à apresentação dos resultados nas tabelas, sugere-se colocar no cabeçalho, abaixo dos anos, a notação 'n (%)', para que fique mais claro que proporção o número de pacientes representa do total de participantes.

    DISCUSSÃO

    Seria relevante mencionar como limitação o período de tempo limitado estudado: esses 4 meses em 2019 podem não ser representativos de outros anos anteriores à pandemia, e também não está claro se, por exemplo, os níveis de mortalidade por COVID-19 seriam os mesmos após julho de 2020 (devido a diferentes variantes e vacinação da população).

    Além disso, seria importante acrescentar alguma discussão sobre como os achados deste hospital poderiam ser generalizados para outros hospitais do país e, caso não, por que não.

    Sugere-se adicionar as relações com todas as variáveis analisadas nesta pesquisa.